CLIMATEMPO DE CAROLINA

by - 9:38 AM

Há um ano, meus dias estavam nublados como o dia de hoje. Tinha dias que o sol ameaçava sair e outros que ele saía de fato, mas no fim eles acabavam nublados, tristes e sem esperança. Apesar disso, havia uma estrelinha que mesmo com os dias fechados eu sabia que podia fazer alguma diferença se eu conseguisse alcança-la, mas eu não sabia como chegar lá e já tinha desistido dela até que apareceu alguém que me levantou e me ajudou a tocá-la.

O engraçado é que nessa hora me bateu um medo enorme, medo de tudo. Relutei mas por fim me lembrei das vezes que passei pensando nela e me perguntando se um dia teria como chegar até lá e fui. Chegar lá foi estranho. Foi bom mas estranho. Sabe aqueles filmes que a galera está perdida na floresta e acha uma caverna, e ai começa a entrar aos poucos, com um pouco de medo, mas em pouco tempo já montou o acampamento todo? Então, foi assim que cheguei na minha estrelinha. Minha estrela foi minha terapia, minha caverna foi aquele consultório e minha psicóloga foi a mão que a estrelinha estendeu para que eu chegasse mais rápido lá em cima. 

Lá de cima é engraçado por que a gente vê de tudo. O que é bom, o que é ruim. Tem tantas coisas que eu já preferi não ter visto mas que hoje já até aceito melhor, outras eu ainda estou num processo e algumas eu não sei se chegarei a esse ponto.

A questão é que há um ano eu tive muitos dias ensolarados, muitos nublados, muitos de uma tensa tempestade mas em todos eles eu conseguia olhar pro céu e ver a minha estrelinha e saber que ela estava lá me dava um pouco mais de força. E como ela me deu força.

Força para sair de casa quando minha cama e meu corpo eram um só, força para celebrar coisas boas e força para encarar as ruins. E nossa, foram tantas. São, na verdade. 

Esse ano não foi fácil. Até um dia desses 2018 tinha sido um ano extremamente complicado, mas agora eu aprecio ele por tudo que vivi dentro da terapia. Por tudo que cresci e venho crescendo e me descobrindo/redescobrindo.

Há um ano eu passei a lidar melhor com minhas mudanças de tempo, que nenhuma Maju Trindade seria capaz de prever. Não vou negar que tenho receio do que pode vir. Mas de que adiantaria a terapia se eu não valorizasse cada um dos pequenos passos que já dei até agora? Me amar, me cuidar e me entender mais só tem sido possível com ela e como eu tenho sido grata por isso. Tive uns dias ruins essa semana, uns dias pesados de tanto questionamento na cabeça, cheio de perguntas sem respostas ainda. Mas tenho ficado tão feliz de me ver nesse movimento, de estar encarando tudo isso.

Há um ano eu tenho sofrido mudanças, algumas bem intensas outras nem tanto, mas todas têm sido tão importantes que eu não consigo nem mensurar. Que alegria me ver nesse caminho, que alegria ver que eu sou de fato uma metamorfose ambulante a cada momento descobrindo algo novo que acabou de florescer. Que alegria esse ano. Que o próximo me traga mais tempestades para regar minha alma e dar mais flores e que eu consiga superar os espinhos de todas elas. E abraçar de corpo e alma tudo que eu terei de viver.

À quem me levantou e à quem estendeu a mão eu só deixo o meu amor e gratidão. Nossas vidas não estão cruzadas a toa, se algum dia eu duvidei disso, agora eu tenho toda certeza dessa vida.

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