OS DE SEMPRE E OS DE VEZ EM QUANDO

by - 4:27 PM

Eu não gosto de assumir, mas eu sou um pouco carente. Um pouco até demais e quase sempre faço de tudo para não transparecer isso. As vezes em vão.

Minha carência tem a ver com a minha necessidade de estar perto das pessoas que eu gosto e que me fazem bem de alguma forma. Por mais que eu levante a bandeira de que detesto rotina, é agoniante saber que o final de semana está chegando e que ainda não tenho nada certo com ninguém. Já que são sempre as mesmas pessoas, os mesmos amigos/grupos. Ou eram, o que por um momento pareceu desesperador.

Desde pequena eu tinha uma imagem de que seus amigos são aqueles que estão sempre com você. Que você vê sempre, conversa grande parte dos dias da semana, que sabe exatamente como anda a sua vida e vice versa. Com isso, aqueles amigos que acabam ficando para trás, não por algum motivo específico mas sim porquê começaram a trabalhar ou talvez trocaram o horário da faculdade, eram deixados lá trás pois a amizade tinha acabado ou tinha perdido a graça, o contato e/ou a intimidade.

E eu, sempre muito sensível por mais que não pareça, sofria com a ausência e/ou com a perda. Mas o tempo foi passando e de uma maneira muito engraçada, parece que vivi uns 10 anos nos últimos meses.
Conheci pessoas novas, que poderiam ser só mais alguns na lista de amigos no Facebook e uns contatos no Whatsapp mas que de uma maneira muito surpreendente se tornaram mais que isso. De uma maneira absolutamente do nada, em poucos dias, ganharam um espaço na minha vida e um voto de confiança, porquê Deus quis assim e continua trabalhando em cima disso.

Só que diferente do que eu trouxe comigo durante grande parte da minha vida, eu não falo com eles todo dia. Não os vejo toda semana, não tenho nada certo com ninguém aos sábados e nem sei o que cada um faz exatamente a cada dia. E mesmo assim considero e quero cultivar para manter por perto, mesmo que longe. Já os de sempre, caíram na rotina do trabalho, faculdade, outros amigos, compromissos de família... e pela primeira vez depois de tantos anos eu pensei "é, assim que as coisas são e assim as coisas são saudáveis e naturais".

Eu continuo querendo ter todos por perto, óbvio. Mas hoje consigo ver de uma maneira saudável esse tipo de amizade. Vejo que é saudável as pessoas terem outros círculos até mesmo para acrescentar na nossa vida com outras experiências.

Eu fico extremamente chateada quando percebo que posso estar sendo julgada por estar deixando alguém de lado por que conheci outra pessoa.

As pessoas deveriam entender que o que é novo sempre vai chamar uma atenção só pelo fato de ainda não ter sido "desbravado" mas o antigo, se ainda está por perto não é em vão, mas sim por que tem algum valor.
Por mais que eu tenha um jeito absolutamente fechado, por mais que eu demonstre de uma maneira toda errada o quanto gosto das pessoas, eu sei que eu demonstro e quando vejo que as pessoas não notam, me chateiam mas na verdade o erro não é só meu, é delas também que ainda não aprenderam a me ler. Mas nem por isso eu largo, eu continuo ali, fazendo a minha parte.

O que tirei de conclusão nesses últimos meses de crescimento é que: amigos não são os de todo dia, necessariamente, mas sim aqueles que você e sua alma se identificam de alguma forma. Li algo parecido recentemente e isso caiu como uma luva para tudo que to sentido ultimamente.
Tenho sim os meus de todo dia, mas não existem só eles e nem por isso eles são menos ou mais importantes do que os que vejo de vez em quando. O que realmente importa é que todos têm de mim a mesma coisa: meu amor, amizade, confiança, fidelidade e oração.

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