TIC TAC

by - 9:56 PM

Hoje, 11 de julho, foi um dos meus dias ruins. Acordei, sai de casa sem vontade e voltei com a certeza de que eu não deveria ter saído da cama. Passei o resto do dia inteiro trancada no meu quarto, pensando no quem eu sou, quem eu era e em quem eu gostaria de ser. Mas pra ser quem eu gostaria eu preciso fazer uma série de coisas que eu não consegui ainda e com isso me culpei. 

Me culpei por diversas outras coisas e descobri que nem eu estou me suportando mais. Se eu não estou, por que os outros deveriam? Minha vontade de não sair mais do meu quarto e não ter que interagir com ninguém triplicou. O que isso ajudaria? Acredito que em nada, a princípio, mas evitaria que eu me sentisse pior por fazer mal aos outros.

Ah os outros... sempre os outros. Por que sempre eles e nunca eu? Eu queria me lembrar do exato momento que os outros se tornaram tão importantes pra mim que eu esqueci de mim. Queria lembrar e ver se isso me ajudava a me destruir e começar do zero. As vezes, acredito que essa seria a única maneira: desconstruir tudo o que eu sou hoje, agora, pra me construir aos poucos evitando sofrer muitas influências de fora. Mas infelizmente não dá, não de uma hora pra outra. Mas eu sou tão imediatista que não consigo planejar isso a longa data. Afinal, fiquei com trauma de tudo a longa data... tudo que eu planejei conseguir ou estar conseguindo eu não atingi e não estou nem perto. Não estou nem perto do começo, me sinto cada vez mais longe.

Tem dias que eu acordo verdadeiramente disposta a mudar o mundo, ir atrás de tudo com esperança de que eu vou conseguir. Mas tem dias que eu nem queria acordar, tipo hoje, tem dias eu olho pras minhas "vontades" doidas e simplesmente vejo como uma maneira desesperada de tentar se encontrar em algum lugar pois o tempo tá passando. Maldito tempo, sempre ele. Na minha cabeça tem uma bomba-relógio funcionando contra mim, acredito que esses dias ruins são efeitos colaterais da explosão dela. Como qualquer explosão é difícil recomeçar, é difícil encontrar esperança em tanta destruição. Eu olho pra mim e só vejo restos de alguma coisa que eu nem sei o que é. Eu me perco numa infinidade de "eu acho que" pois simplesmente não consigo nem me reconhecer mais, não confio nem no que eu sinto. Essa bomba me destrói um pouco mais a cada vez que ela explode, ela destrói mais o restinho da minha esperança de superar isso tudo e tentar me encontrar, por que até nisso eu fraquejo.

Eu começo muito bem, e eu sinto que eu preciso olhar mais pra mim nesse momento mas quando eu olho eu não gosto do que eu vejo. Eu que sempre me admirei até nas minhas falhas, não consigo mais confiar em quem eu sou nem me respeitar. Como eu vou melhorar assim? Como eu consigo melhorar isso? Com o tempo? Mas eu não sei até quando eu vou ter tempo. Maldito tempo.

Hoje é um dia péssimo, como vários que eu tenho frequentemente. Isso deve passar daqui à alguns dias mas eu sei que vai voltar, mais forte, daqui à algumas semanas. É sempre assim, nunca me larga e nesses dias eu só sinto que eu não aguento mais.

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